terça-feira, 14 de agosto de 2007

DIA DO ESTUDANTE - Atividades extra-curriculares ajudam na formação da cidadania

Professores e alunos concordam: há muito o que aprender também fora da sala de aula

Araranguá – Além da sala de aula, a estudante do 8º B do Colégio Murialdo Ana Carolina Gomes, 13, pratica handebol, atletismo, inglês, e quando se sente insegura com a matéria, faz também aulas de reforço. Para ela, aprender fora da sala de aula é muito bom: “As notas melhoram, porque aprendo a usar a concentração para jogar, e isso influencia diretamente na sala de aula”, garante. Ela faz parte de uma nova tendência em todas as escolas, que buscam nas atividades extra-curriculares um reforço para a formação da cidadania e a preparação para o mercado de trabalho.


Ana Carolina acha que aprende muito com as atividades fora da sala de aula

Na quarta-feira, a escola abriu a Vª Edição das Olimpíadas internas, que vai até este sábado. Segundo a coordenadora pedagógica Simoni Vieira, a escola particular aposta nas atividades extra: “Todos os anos, promovemos atividades importantes diferentes para os alunos, que envolvem toda a escola. Este ano foram as Olimpíadas, realizadas perto do Dia do Estudante. Ano que vem, traremos a Semana da Ciência Viva, e em 2009, será a vez da Semana Cultural. Para os pequenos, temos a Noite dos Pequenos Grandes Talentos, e durante todo ano, os alunos podem participar gratuitamente das aulas de vôlei, handebol, futsal e dança, além das aulas de inglês, informática, artes, musicalização e a contação de histórias para a educação infantil e séries iniciais. Também temos aulas-passeio em todas as séries, planejadas no início do ano, segundo os conteúdos trabalhados”. Para ela, as atividades fora da sala de aula promovem a criatividade, o senso do trabalho em equipe, a organização, a aprendizagem sobre o perder e o ganhar e a solidariedade: “O extra-curricular engloba praticamente todos os valores, e ajuda na formação da cidadania e na preparação para o mercado de trabalho”, garante. Colega de sala de aula de Ana Carolina, Marina Zilli, 13, concorda: “Eu acho tudo isso válido, porque a gente aprende a ganhar e a perder, e a lutar pelo que a gente quer”.


Alunos do Murialdo comemoraram data torcendo e competindo nas Olimpíadas internas da escola

ESCOLA PÙBLICA - A prática não acontece apenas nas escolas particulares. No município, projetos como o Esporte na Escola tem revelado valores e desenvolvido a auto-estima dos alunos. Para o coordenador do Projeto, professor Paulo Luiz Dias, a escola pode – e deve – ser um celeiro de talentos, que devem ser descobertos: “O esporte, a arte, o domínio da língua, tudo o que pode ser ensinado também fora da sala de aula com certeza favorece o aluno, que precisa estar preparado para a vida adulta”, opina.


Para diretoras do Castro Alves, novos talentos são descobertos também fora da sala de aula

A tendência se repete nas escolas do Estado. Esta semana, alunos da 5ª a 8ª séries da EEB Castro Alves realizaram a VIª Tarde de Talentos, com danças e espetáculos totalmente produzidos por eles. A turma da 7ª 02 escolheu o tango, dizendo que o ritmo era diferente. Os alunos Krishna Tablada, Jonas Duarte, Lívia Batista, Gabriel Peruchi, Cássia Vieira, Miguel Martins, Maria Cristine Campos e Lucas Mota não venceram a competição, mas ganharam muitas outras coisas: “Encontramos nossas expressões, e aprendemos também fora da sala de aula. Isso nos faz melhores”, diz Jonas. A diretora da escola, Ilka Pereira Alves, confirma: “Muitas vezes o talento existe, mas com a rotina da sala de aula, é esquecido. Através dessas atividades, eles são encontrados, e a auto-estima aumenta entre os alunos”. Ela conta que um dos ex alunos, Juan, foi revelado na escola, e hoje vive da música. Segundo a diretora, além da Tarde de Talentos, a escola promove o Festival da Primavera, sempre em setembro, além de oferecer aulas de balé e outras atividades desportivas.

Através do esporte, alunos conhecem valores como a disciplina e o trabalho em grupo

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