sexta-feira, 3 de agosto de 2007

MILAGRE - Ex líder de quadrilha abandona o crime e diz que foi salvo pela fé

A história de Carlos poderia ser trágica, não fosse a fé que ele descobriu em Jesus Cristo

Araranguá – Testemunhos de pessoas que dizem ter se livrado de dívidas, desamores, forças do mal, desemprego, brigas e outras confusões não faltam nas igrejas. Também casos de pessoas que se envolveram com drogas e criminalidade são comuns. Mas saber que um homem que praticamente dirigia o crime organizado em uma grande metrópole, como Porto Alegre, acusado de homicídio – que foi absolvido – continuar a carreira no tráfico de drogas, abandonar o mundo do crime após se converter na Igreja, surpreende.

Pois a história de vida de Carlos Adroaldo dos Santos Perucia, 42, foi mesmo assim: “Tive uma educação evangélica, mas me desviei. Eu era o segundo numa quadrilha de 30 indivíduos, e a gente praticava assalto armado e também traficava drogas em Porto Alegre. Depois, por causa de umas mortes, tive que responder um processo, podia pegar de 12 a 50 anos. Mas não fui eu, e fui absolvido, pela graça de Deus”. Depois do processo, há seis anos, ele veio morar em Araranguá com a família, e atuava no tráfico na favela do UCCA. A mulher, Maria Roseli, com quem é casado há 15 anos e os três filhos, sofriam: “Foi muita luta, ela foi persistente, e Deus abençoou”.

Com todo o encargo da vida criminosa, ele confessa que às vezes pedia forças a Deus, quando estava sozinho, dentro do próprio carro: “Meus pés estavam presos pelo inimigo, mas eu chorava, e pedia que Deus me levasse para Ele”, conta. Um dia, um jovem ex viciado o convidou para ir à Igreja Evangélica Quadrangular de Araranguá: “Cheguei lá, e o pastor falava sobre o perdão. Isso mexeu comigo. Hoje, o que mais gosto é de falar sobre o evangelho para as pessoas”, diz.

Há seis meses, ele está de cara limpa, longe da criminalidade, e mantém um negócio próprio no bairro onde mora, Arapongas. A mulher e a filha mais velha, de 14 anos, também se converteram. “Se morrer hoje, morro feliz”, diz o homem que acredita que a fé o salvou.

Para o Superintendente Regional da igreja na Amesc, Pastor Vanderlei Medeiros, é assim mesmo que funciona: “Quanto mais dificuldade, mais o espírito almeja Deus”, diz. Para ele, assim como Carlos, muitos fiéis convertidos tiveram histórias trágicas, e superaram: “Nossa necessidade é a oportunidade que Deus tem para se manifestar”, diz. Para os interessados, a Igreja Quadrangular possui 16 igrejas na Amesc, com cultos todas as semanas. A sede fica na Avenida Rui Barbosa, 545, fone (48) 3527-1826.

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