quarta-feira, 27 de junho de 2007

ENTREVISTA - Planejar para o sucesso

ENTREVISTA

Planejamento garante sobrevivência de 93% das micros e pequenas empresas

Saiba porque o planejamento e organização são essenciais para a manutenção de micro e pequenas empresas com o consultor empresarial do Sebrae, Marcus Marques

A procura da comunidade durante os três dias de Oficina Sebrae em Araranguá mostra que apesar das estatísticas, que apontam que 52% das pequenas e micro empresas abertas no Brasil fecham as portas ainda no primeiro ano, ainda tem muita gente querendo ter o próprio negócio.

Segundo o Consultor Empresarial do Sebrae, Marcus Marques, com organização e planejamento, esse índice cai para apenas 7%. Confira nesta entrevista exclusiva que o Jornal Correio do Sul preparou para você:

CS – Por que 52% das pequenas e micro empresas abertas no Brasil entram em falência no primeiro ano?

MM – São dois fatores: o primeiro é a falta de planejamento. O empreendedor muitas vezes abre a empresa sem conhecer o mercado, clientes, concorrência, fornecedores, tendências, processo produtivo, isto é, não se prepara para iniciar o negócio. O outro fator é a falta de administração eficiente: muitos empresários não tem controle nenhum sobre a empresa, e atuam somente no “feeling”, no “eu-achismo”. Conheço muitos pequeno e micro empresários que já tiveram como único controle o extrato bancário. Empresas assim, quando aumenta a concorrência, tendem a quebrar, porque o empresário não conhece o próprio fluxo da sua empresa.

CS - Existem estatísticas que comprovem que a qualificação do empresariado pode de fato aumentar suas chances no mercado?

MM – Temos no Sebrae o Empretec, que é um Programa de Capacitação. Ele mostra que apenas 7% das micro e pequenas empresas abertas com planejamento e orientação fecham as portas em um ano. Ainda não temos dados da Oficina Sebrae, que iniciou um projeto-piloto em menor proporção em 2005, e que agora deve começar a fazer as estatísticas dos números de participantes, avaliando quantos abriram negócios e como estão agora. Mesmo sem esses dados, sabemos que a democratização da informação que acontece durante as oficinas, que são gratuitas, têm possibilitado sucessos em empreendedorismo em todas as cidades por onde passamos.

CS – A empresa familiar tem condições de sobreviver nesse mundo competitivo?

MM – Ela sobrevive, se for bem gerenciada. Isso significa que as pessoas devem ser aproveitadas segundo suas capacidades, e não apenas por laços familiares. Além das falhas no perfil, muitas vezes a empresa familiar peca ao “inchar” o quadro de funcionários, contratando parentes desempregados. Com organização e planejamento, a micro e pequena empresa familiar tem dado muito certo também aqui na região.

CS – Qual sua avaliação da 1ª Oficina Sebrae do sul catarinense?

MM – Um grande sucesso. Para o tamanho da cidade, tivemos um fluxo bastante bom, uma grande procura por informações, consultas, palestras, e também nos serviços disponíveis, como a videoteca e a loja Sebrae. Por isso, a expectativa é que isso desperte a vontade e a necessidade de buscar informações e aprender sempre.]

* Matéria publicada no Jornal Correio do Sul, edição de 27/06/2007

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